TRICOTILOMANIA
MANIA DE ARRANCAR OS CABELOS

Tricotilomania é um transtorno psicológico complexo que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Sua principal característica envolve a compulsão em arrancar os próprios cabelos ou pelos do corpo. É um distúrbio psicológico complexo que muitas vezes enraizado em questões emocionais e psicossociais mais profundas.
Para algumas pessoas, essa atividade é automática ; sem plena consciência, outros estão conscientes da atividade. O ato de arrancar os cabelos serve como uma forma de alívio temporário de sentimentos intensos de ansiedade, estresse, tédio ou desconforto emocional.
Os pacientes com tricotilomania tentam parar ou diminuir esse comportamento, mas não conseguem.
Essa compulsão acompanha uma sensação de tensão antes do ato de arrancar os cabelos, seguida por um breve alívio ou gratificação imediata durante o ato. Esse alívio muitas vezes é seguido por sentimentos de culpa, vergonha e remorso. Podem se sentir constrangidos ou envergonhados com sua aparência ou incapacidade de controlar o comportamento. Muitos tentam camuflar a perda de cabelo cobrindo as áreas calvas. Alguns pacientes arrancam fios de cabelo de áreas amplamente espalhadas para disfarçar a perda. Podem evitar situações em que outras pessoas podem ver a perda de cabelo, normalmente , não arrancam na frente de outras pessoas.
Alguns pacientes arrancam fios de cabelo de outras pessoas, de animais de estimação ou de roupas, cobertores...
Enfrentam um ciclo emocional desafiador, alternando entre o alívio temporário após arrancar os cabelos e o sofrimento emocional decorrente dos danos causados. Essa montanha-russa emocional impacta negativamente a SAÚDE MENTAL, contribuindo para problemas como depressão e isolamento social.
Se por um lado, o ato de arrancar os fios de cabelo ativa o mecanismo cerebral da recompensa e dispara a sensação de prazer, que estimula a pessoa a repetir o procedimento, por outro representa uma forma de automutilação, na medida em que faz surgir áreas de calvície ou alopecia completamente desprovidas de cabelos ou pelos.
Conhecida desde a Antiguidade, foi no século 19 que François Henri, médico dermatologista francês, registrou pela primeira vez o comportamento de um paciente com os sintomas do transtorno.
Porém, foi só cem anos mais tarde, que a tricotilomania foi classificada e incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, na categoria dos Transtornos dos Impulsos Não Classificados em Outro Local, publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Não existe uma causa única para o transtorno. As pesquisas mostram que fatores genéticos, neurobiológicos e comportamentais podem estar envolvidos no aparecimento da desordem. O aumento de casos observado numa mesma família sugere que possa ser hereditário.
Estudos levantam a possibilidade de que a tricotilomania ocorre por deficiência de alguns neurotransmissores relacionados com a impulsividade, entre eles, a serotonina, a noradrenalina e a dopamina.
Tudo leva a crer que a tricotilomania seja um transtorno subdiagnosticado. As pessoas por vergonha, culpa ou constrangimento, demoram para procurar atendimento , e feito o diagnóstico, muitos nem retornam para conversar sobre as possibilidades de tratamento. Até mesmo entre os profissionais de saúde, falta a informação necessária sobre a doença e suas características.
Como o impulso de arrancar cabelos pode ter origens emocionais e gerar muitos desgastes, é essencial que a pessoa que sofre com o transtorno busque ajuda profissional o mais rápido possível.
O tratamento da tricotilomania pode exigir o uso de antidepressivos, aliados a TERAPIA.